No salão nobre do prestigioso Hotel Hilton, situado no coração pulsante de São Paulo, uma atmosfera carregada de expectativa preencheu a tarde de quarta-feira. Ali, em uma reunião crucial, os presidentes dos clubes que compõem a Libra se reuniram para deliberar sobre o futuro dos direitos de transmissão do futebol nacional. O destino do esporte estava prestes a ser moldado mais uma vez, enquanto os dirigentes enfrentavam a difícil decisão de alinhar-se ou não com a gigante Globo.
O maestro dessa assembleia estratégica foi Silvio Matos, renomado publicitário designado pela Codajas, a firma que atua como representante legal da Libra. Como protagonista das negociações com diversos meios de comunicação e investidores, Matos assumia a responsabilidade de conduzir os líderes dos 19 clubes da Libra através das intricadas opções à sua disposição. A primeira alternativa, meticulosamente apresentada por Matos, consistia em continuar as negociações com a poderosa Globo.
A oferta da empresa era nada menos que monumental: um valor astronômico de R$ 1,3 bilhão. Desse montante, R$ 1,1 bilhão eram destinados como pagamento fixo pelos direitos de transmissão em televisões aberta e fechada, enquanto os restantes R$ 200 milhões seriam garantidos como mínimo pelo pay-per-view. Vale ressaltar que tais valores seriam distribuídos exclusivamente entre os membros da Libra, tanto da Série A quanto da Série B.
A segunda opção apresentada era igualmente tentadora: aceitar a proposta do Mubadala, um influente fundo de investimentos sediado nos Emirados Árabes. Sob essa proposta, seria criada uma agência dedicada à venda dos direitos de transmissão. O Mubadala se comprometia a garantir um valor mínimo de R$ 1,4 bilhão, sob a condição de que ao menos nove clubes do bloco estivessem presentes na Série A.
Este encontro monumental não apenas delineou o curso financeiro dos clubes de futebol, mas também traçou os contornos de uma narrativa épica, onde interesses conflitantes e ambições desenfreadas se entrelaçavam em uma batalha pela supremacia do esporte mais amado do Brasil. O destino da Libra, e por extensão, o panorama do futebol brasileiro, permaneciam pendentes à medida que os protagonistas navegavam por um mar de incertezas e oportunidades.